E Neymar, por fim, foi para o Barcelona. Posso estar enganado, mas acho que na história do nosso futebol, nenhum outro jogador saiu do Brasil cercado de tanta expectativa quanto o Neymar. O desafio dele é na verdade o desfio do próprio futebol brasileiro. Neymar não sai do Brasil como uma jovem promessa à brilhar no velho continente, mas como realidade consolidada nos gramados através das jogadas, dos gols e títulos conquistados e fora deles através das dezenas de contratos publicitários, que lhe rendem milhões, ou seja, é o maior astro do futebol nacional talvez nos últimos 10 anos. E sair do Brasil nesta condição para fracassar na Europa é colocar em risco o própria capacidade que temos de avaliar nossos craques. Por isso acho que ao escolher o Barcelona, Neymar pensou em algo que de repente não tenhamos pensado, ou seja, atuar ao lado de Messi e tirar de suas costas o peso de ter que ser o grande craque brasileiro que foi contratado para salvar "a pátria". Fracassar, talvez seja demais esse termo, mas ao escolher jogar no time catalão Neymar fica diante de uma faca de dois gumes: ou se adapta e brilha, ou vai viver na sombra de Messi e ser apenas mais um. E aí, por mais que o termo seja um tanto quanto pesado, em se tratando de quem é, ser apenas mais um, pode, de fato, ser considerado um fracasso. Tomara que não.
